Em qualquer época, a opinião da maioria, equivale à opinião que uma minoria teve no passado, quando esta opinião ainda não era globalmente aceite. É sempre uma minoria que é pioneira de uma futura opinião generalizada. Mas dizer o contrário seria obviamente uma falácia, ou seja, "que toda a minoria iria ser seguida pela maioria".
No entanto, com isto conclui-se que a visão da maioria, não garante qualquer valor de verdade, nem sequer probabilístico, pelo contrário, a maioria acaba por seguir a opinião da maioria por achar que "se todos acham assim é certamente porque é verdade", e o facto da maioria pensar assim, só por si, prova que a maioria não tem capacidade de reflexão nem de pensar por si, preferem entregar a tarefar de pensar àqueles que supostamente já o fizeram, e nunca param para ponderar que "se eu acredito que já alguém pensou – por eu não querer/conseguir pensar – porque que razão é que os restante não haveriam de ter feito o mesmo?"
Este paradoxo garante que a maioria tem sempre pouca ou nenhuma capacidade de reflexão e pensamento independente e por sua vez garante ainda que probabilissimamente a maioria está longe de se aproximar da verdade.
As extremidades de algo são sempre minoria, consoante a perceção se expande, os novos entendimentos são sempre solitários. Então, algo muito popular, ou é só fogo de vista, ou não é realmente compreendido pelos que seus seguidores.
Pois a maioria quer ouvir mentiras convenientes, e assim, algo puro não pode ser vendido, ou seja, é também por este motivo que a não mentira não pode ser comercializada, apenas a mentira.
— Tiago Barriga