Já me distrai com tudo o que tinha e não tinha a distrair
Já me observei e larguei o que podia
Já li o que havia e o que dentro sentia
Faça o que fizer ou o que deixe de fazer
Da observação à desconstrução
Da imparcialidade à parcialidade
Com ou sem noção..
Que mais outra combinação?
Já ouvi e já falei, já ponderei, analisei, desconstrui, critiquei, desaprendi e entendi
Também já deixei tudo isso de lado e depois voltei
Mas não há, por mais fundo que se vá
nada além do nada por baixo de tudo
Também já deixei tudo isso de lado e depois voltei
Mas não há, por mais fundo que se vá
nada além do nada por baixo de tudo
Do especialista ao especial artista
Do competidor ao do amor
O do bem e o do mal,
O da evolução ou o de outras ingênuas conveniências
Pomposos argumentos cheios de floreados, bem formulados e melhor apoiados
Todos os alienados falam em significados
Quem não prefere uma doce ilusão senão aquele que já não tem outra opção?!
Afinal de contas aprendêramos com a existência, toda a sua dança é uma negação
E só a iludir se pode manter iludida
Num mundo de pouca perceção
Não há incremento de noção sem boa dose de desilusão
O discernimento é o preço dele próprio
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Quanto ao texto, assim como um espelho
Quando o falso alienado positivamente, é exposto ao neutro, é lhe causada uma negativa sensação, e vice-versa.
Pois a desilusão é um processo apenas possível com prévia ilusão.
Oh, mas quanto de realidade pode ser suportada
— Texto de Tiago Barriga
— Quadro de Paul Merwart (1882)
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